Dia do Cardiologista reforça importância da prevenção para manter o coração saudável em todas as idades

Andreina Possan e Vitória Parise

Dia do Cardiologista reforça importância da prevenção para manter o coração saudável em todas as idades

Foto: Vitória Parise (Diário)

Comemorado nesta quinta-feira (14), o Dia do Cardiologista chama atenção para o cuidado com o órgão responsável por manter todo o corpo em funcionamento. O médico cardiologista e clínico preventivo Diego Roumow, 46 anos, com mais de duas décadas de atuação em Santa Maria, destaca que 98% das doenças cardíacas poderiam ser evitadas com hábitos saudáveis, acompanhamento médico periódico e atenção a sinais precoces. A prevenção, segundo ele, deve começar cedo, a partir dos 20 anos, ou até antes em casos de histórico familiar.


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– O coração é o único órgão que tem uma eletricidade própria, independente do restante do corpo. Ele é a bomba propulsora de sangue para que todos os outros órgãos funcionem adequadamente. A falha dele, a dissincronia dele, o crescimento dele, a anormalidade de qualquer ponto dele faz com que a gente possa ter uma grande manifestação  – explica Roumow. Essas manifestações, conforme o médico, podem ir de um simples batimento descompassado até a morte súbita.


Roumow lembra que cinco fatores devem ser controlados para reduzir as chances de problemas cardíacos: hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo e tabagismo. 


– O nosso Estado é onde as pessoas mais fumam do Brasil. E o tabagismo é o fator que leva a um infarto precoce, principalmente em homens jovens na casa dos 30 aos 40 anos de idade – afirma Roumow.


O médico também reforça os cuidados com o Índice de Massa Corporal (IMC), que pode ter influência em problemas cardíacos:


– Ser obeso, ter um IMC acima de 25, principalmente de 27 (é um fator de risco). Precisamos que essas pessoas reduzam o peso, sendo mais ativas.


Na alimentação, a recomendação é seguir a dieta mediterrânea, “rica em fibras, rica em carne de peixe, rica em oleaginosas, ou seja, as castanhas, a azeite de oliva com pouco sal”. Segundo o médico, esse padrão alimentar “é a única dieta até hoje provada que reduz problema cardíaco”.


Acompanhamento médico

Há dúvidas entre a população sobre a partir de que idade deve-se começar a fazer acompanhamento médico, não apenas com médico cardiologista mas de outras áreas da saúde. Conforme Roumow, a avaliação cardiológica deve começar cedo:


– A partir dos 20 anos de idade, todas as pessoas devem passar por uma avaliação cardiológica, onde você vai ter a sua pressão aferida nos dois braços e um eletrocardiograma realizado – explica. O médico destaca ainda que pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas devem iniciar o acompanhamento entre 11 e 17 anos. Ele lembra que, em muitos casos, há sinais antes de um evento grave – Se o teu coração começar a bater diferente e você tiver uma tontura, é um sinal que o teu coração está falhando.


Diego Roumow, cardiologista e clínico preventivo. Foto: Vitória Parise (Diário)


Prática de esportes

O cardiologista também faz um alerta especial aos praticantes de corrida e outros esportes que exigem grande condicionamento físico, especialmente diante da proximidade da 3ª Maratona de Santa Maria, marcada para outubro.


– Não é errado fazer atividade física, pelo contrário, a gente deve fazer. O errado é você não avaliar. Se eu tenho um problema, não tenho sintomas e eu vou fazer uma maratona, esse problema vai forçar o meu coração. Forçando meu coração, tenho chance de ter um evento, seja ele um mal estar com um simples desmaio ou até uma morte cardíaca súbita.


Entre os cuidados listados para evitar eventos durante provas, ele cita pressão controlada, colesterol e glicose em dia, hidratação, alimentação equilibrada e fortalecimento muscular


Roumow explica que a principal causa de morte súbita em provas de corrida é infarto agudo do miocárdio. Sobre o caso recente de João Gabriel Hofstatter De Lamare, jovem que morreu devido a uma microcardiopatia hipertrófica, durante a Maratona de Porto Alegre, Roumow explica que a doença é "a principal doença genética cardíaca” e que pessoas com esse diagnóstico não devem correr em maratonas. No caso de João Gabriel, conforme os familiares, o estudante teria feito exames anteriormente, que não apontaram nenhum problema no coração.


Conscientização

Roumow destaca que cresce a conscientização entre jovens, motivados por casos próximos. 


– O uso de estimulantes tem levado jovens a ter arritmia, outros jovens vêm nos procurar para orientação, então, vem mudando o nosso público. Todos nós vamos ter uma intercorrência cardíaca na vida. Basta nós vivermos. O acompanhamento que o cardiologista deve fazer em todas as idades é o que nos permite chegar aos 85 ou 90 anos, caminhando, indo ao mercado, carregando nossas próprias pernas – finaliza.


Exemplos como o de dona Carmelina, moradora de Faxinal do Soturno, que aos 102 anos mantém rotina de exercícios e leitura, reforçam a importância desses cuidados.


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